MEU FILHO QUER FAZER TERAPIA, O QUE TEM DE ERRADO COMIGO?
- Juliana I. T. da Rocha

- há 5 dias
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Essa pergunta costuma ser bastante frequente dentro do consultório, muitos pais temem que o filho queira ir a terapia por estarem insatisfeitos com a forma de cuidados dos mesmos. No texto abaixo, uso a série "Sessão de Terapia" enquanto um recurso artístico para ilustrar a importância da análise na vida das pessoas. O recorte apresentado é uma reflexão acerca do atendimento de uma adolescente chamada Nina, atendida por Theo, o psicanalista.

BISPO, Jorge. Bianca Müller como Nina. Fotografia, Recuperado em 6 de novembro de 2025, de
A paciente é uma adolescente com cerca de 16 anos , a qual procura o terapeuta para uma avaliação psicológica para compor um processo judicial no qual está envolvida devido a um acidente. Inicialmente, a relação é bastante conflituosa, como se ela estivesse testando o analista para compreender o quanto o mesmo estava disponível. É notório que a paciente chega em completo desamparo, o que convoca o analista a assumir esse lugar de suporte emocional, no qual a partir do vínculo de confiança estabelecido sentiu-se amparada para se permitir ser quem quiser, já que em todas as demais relações sempre lhe foi dito como ser, vestir ou se posicionar.
Durante as sessões, a paciente se mostra agressiva com o analista, o que faz pensar na raiva que a mesma sente diante de tudo que viveu e não conseguiu transformar em fala. Deste modo, a série torna-se relevante a medida em que aquele que assiste pode enxergar a travessia do sujeito da infância para adolescência, ou seja, é notório que Theo se torna um suporte à mesma auxiliando na nomeação daquilo que se é sentido, abrindo caminhos para o adultecer. Sendo assim, o analista nunca substitui o amparo familiar, mas é alguém que se apropria de um conjunto de técnicas para segurar nas suas mãos nos momentos mais difíceis e dizer que vale a pena seguir a diante.


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